9.3.10

Limpando as teias de aranha

Os dias se arrastam, as aulas continuam monótonas e eu não consigo prestar atenção em nenhuma. As horas não passam, eu não tenho nada para fazer nas tardes. Sim, eu poderia estar estudando, eu poderia estar desenhando ou sei lá o que. Mas, não consigo reunir animo suficiente. E as pessoas cada dia mais me perguntam "E o vestibular? Vai prestar o que?". Eu não digo pra quase ninguém sobre a Rússia. Invento uma história qualquer, um curso qualquer. Foda-se.
Mas, se eu resolvo abrir minha mente, cheia de idéias, sonhos e desejos todos me olham com a mesma cara (sombracelha levantada e boca aberta) e respondem a mesma coisa "Rússia? Mas, quem quer ir pra Rússia? Fazer o que lá? Pra que esse sonho tão absurdo?"
Peraí, eu quero ir pra Rússia, eu quero viver lá, eu quero estudar lá e afinal, seria absurdo se eu quisesse ir pra Alemanha? Não. Mas pra Rússia é sempre absurdo.
E eu estou fugindo disso, eu estou enrolando pra ligar pro consulado, pra ir atrás do meu sonho. É um passo enorme, querendo ou não. É um plano de vida, é desviar toda uma vida pra outro percurso nunca antes visto. Algo que eu não sei se consigo lidar, meu espírito aventureiro diz que sim, mas tenho medo da saudade que vou sentir. MAS ao mesmo tempo, ficar me dói, me corrói. Não consigo ficar aqui nem um minuto, só me vejo lá, me vejo longe. Me vejo rindo na Praça Vermelha, me vejo andando pelos metrôs e me virando pra falar um russo precário. Quem sabe não pegar uma transiberiana?
Porque eu tenho que ser tão enrolada em relação as minhas coisas? Eu preciso de um empurrão, afinal todo mundo já desistiu de mim, até eu mesma. Mas, eu vou dar um jeito, ceis vão ver!


PS. Desculpe a demora

Um comentário:

  1. acho que o lado pratico deve ser visto e logo... sabe? procurar aulas de russo gratis por aí, ou comprar livros desses "aprenda russo"podreras hahahaha... tirar passaporte etc etc etc

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