4.3.15

All of me.

E eu chorei no banho.
Não é a primeira vez, mas agora é de amor.
De um amor que nunca será concretizado.

A água cai no meu rosto como lâminas. Elas me cortam, atravessam meus poros. Arde. Minha respiração fica mais ofegante, já quase não consigo respirar. Não sei o que é lágrima e o que é água do chuveiro. Tudo se mistura, passa pelos meus lábios e se perdem no meu corpo.

Te quero até nos mínimos detalhes. Quero ouvir seu coração bombardeando sangue para você existir, quero ouvir sua respiração, quero poder te acariciar com o olhar, sentir seu cheiro e entrar em sincronia com você.
Eu quero tudo que não posso ter.
Ás vezes tenho vontade de me jogar no chão e fazer birra, como uma criança, para ver se você me dá um pouco disso.
Não vejo a hora de poder rir e deitar no seu ombro e parar de procurar desculpas para encostar em você. Em sem querer um tocar de mãos.

E eu choro pela perda, pela perda de algo que nunca vou compartilhar com você. Não, não choro por nunca poder sentir seus braços em torno de mim. Mas pelo fim, de tanta coisa bonita que eu queria te dar.

Mas é como diz uma belíssima oração: É morrendo que se vive.

She wants revenge

Lá estava ela, parada na estação de trem, embarcando pro seu futuro. "Qualquer caminho me bastará, já que não sei pra onde vou", pensava ela.
Enquanto ela procurava uma cabine vazia imagens de um passado inundavam sua mente. De um passado seu, que agora parecia roubado de alguém.

(encontrado entre rascunhos, de 2010/2011)

6.4.12

Something in the way

Eu costumava crer no amor, tanto que cheguei a tatuar isso em mim. Porque segundo minhas ideias, o amor seria a única palavra que eu nunca me arrependeria de ter em mim. Seria a única coisa que não me desapontaria. É claro que amor abrange diversos significados e ele se manifesta de diversas maneiras.
Não é apenas estar apaixonado por alguém, gostar muito de seus amigos ou a admiração extrema que temos pro nossos familiares. O amor aparece na vida. Se você quiser você pode ver e sentir o amor de novas maneiras.
Tu pode sentir isso andando na rua e observando a movimentação da cidade ou olhando para as estrelas de noite. Depende de nós encontrar sempre amor em tudo.
Mas isso é tão utópico.
O amor não é tão fácil de se encontrar, de se sentir.
Descreva pra mim o que é amor, como sabemos o que é.
Paixão é fácil de descrever, carinho e dedicação.
Mas amor?
E hoje eu fico me perguntando se em algum momento da minha vida eu realmente senti amor, por algo, alguém ou qualquer outra coisa transcendental?
Mas dor, ahhhhh a dor como nós sentimos.
Corações partidos, amigos que morrem, até mesmo perder seu ônibus de manhã.
Tudo vem da dor.
A dor é a nossa força vital e não o amor. O amor não nos faz crescer, não nos faz aprender. O amor não transcende. A dor sim.
Vivemos da dor, precisamos dela, somos viciados nela. É como um roxo na perna que não cansamos de apertar, dói, mas é bom, mas faz bem.
Ao contrário, a dor também nos tranca dentro de nós mesmos. A dor, carrega com ela, o medo. O medo nos paralisa, o medo nos priva de tudo que poderíamos ter tido, feito ou sentido.
Pois se ignorarmos o medo e nos entregarmos, sentiremos no fim de tudo a dor.
O medo nos paralisa exatamente para evitar a futura dor. Mas nunca paramos, raramente paramos. Sempre nos entregamos para o misterioso.
E quando nos entregamos para o misterioso, poderemos também ter momentos de amor, de felicidade plena, mas no fim, atingiremos a dor.
Da dor atingiremos a saudade, a nostalgia.
E quando chegamos na nostalgia, é um beco sem fundo. Sempre será.
Porque a nostalgia sempre nos dá esperança, de aquilo tudo pode acontecer de novo.
E não irá, e por fim, desapontamento.
Nesse ciclo vicioso que vivemos, em todas as nossas relações, seja elas pessoais ou interpessoais.
Queria eu quebrar esse ciclo, queria eu ser desprovida de emoção.
I wish, oh how I wish.

8.11.10

O Limoeiro

(Esse continho escrevi pra aula de redação, na proposta da unicamp sendo "Conflito de Gerações")

Fui morar em São Paulo com meus avós, para estudar na tão sonhada USP. Me tornaria a primeira médica da família. Nos primeiros meses, me acosturmar a cidade foi tão fácil comparado a morar com meus avós.
Sempre fui responsável e muito aplicada, mas dormir depois das dez da noite e sair no final de semana era um absurdo em casa. Depois de quase dois anos, minha avó compreendeu que os jovens de que os jovens de hoje saem a noite e não se casam com 18 anos mais. Apesar das discrepâncias geradas élo tal "conflito de gerações", nos dávamos muito bem, até plantamos um limoeiro no quintal de casa, motivo de orgulho!
Como muitos sabem, são milhões de anos estudando medicina, gosto de chamar meus anos de vidade A.M., D.M., P.M. Que seriam respectivamente "antes da medicina", "durante a medicina" e "pós medicina". No período D.M. conhecí meu atual marido.
Minha avó, raposa velha logo percebeu que havia algo errado comigo. Descartada a hipótese de gripe, só sobrou paixão. Ela veio conversar comigo. A tal "conversa".
Meu avô inconformado, só me deixaria sair a noite, quando ele desse permissão do namoro. E eu, com 23 anos nas costas, trouxe meu pretendente para um jantar embaraçoso seguido pelo pedido de namoro.
Após 2 anos de namoro, nós dois prestes a entrar na residência médica, meu namorado já se acostumara ao nosso namoro "antigo". Nos tornamos noivos nessa época, mas ainda estávamos atrás de um apartamento. Minha avó já sentia minha falta e dizia ela que o limoeiro também.
Nos mudamos, mas todo domingo íamos jantar por lá (segundo meus avós era para o limoeiro não morrer de tristeza). Quando numa noite, onde fomos literalmente anunciar nosso casamento, vovô me puxou para um canto e disse:
"Mas essa saia não está muito curta?"

21.9.10

2 years, 8 months, 5 weeks, 9 days, 4 hours, 10 seconds

I broke up with her a few years ago, but I never overcame that. She was my soulmate, I'm sure she was, I never met anyone quite like her after, and now looking back I see how fool and selfish I was. I don't have the same beliefs as before and not the same ideologies. She changed me and I felt it too late. No one laughs like her, no one looks me in the eye the way she once did, it was unique!
I started calling her everyday just to hear she breathing, she talking and she angry because I never answered her hello. Some weeks later she changed her number, so after that I never heard her breath so near me.
I wish I could tell her that I was the secret caller, that I still loving her, that I stopped my life, just to watch through the window, waiting her visit, wainting her call that never came.
I wish I could tell her that I fell love like I did before, that I don't know love like I did before.
But it's too late, now she lives across the ocean, doing movies. It's not blockbusters, it's just those cult boring movies. But I watch every single one just to see her smiling, her moviments, her eyes looking through my soul.
By this movies I kiss her again, I make love with her again, I talk to hear again, she loves me again.
It helps me to keep she near, to keep she alive.
Wish I could smell her when she gets out of the shower, wish I could hear her heart beating by my side, to brush her hair again, to kiss every little part of her, since her tiny fingers to her little lips.
Wish I could dance with her our last waltz, I wish I could fall asleep with her head on my chest, just one more day. I could die after this day...Just one more day!

22.8.10

Sad stories for sad lovers

Ela.
Seus cabelos estavam grandes, maiores do que pensara. Suas unhas estavam descacadas, com um resto de uma cor estranha e suas olheiras mais profundas. Seu vestido branco estava quase marrom, jogado em seu corpo, mostrando falta de amor e cuidados. Estava vestindo-a apenas, sem simbolismo, sem beleza, só a cobrindo. Seus dedos finos tocavam toda a superfície, daquilo que um dia fora seu sorriso. O espelho era cruel com ela, mostrava tudo que ela tentava ocultar, tentava não se lembrar e se escondia sempre. Tudo aquilo que ela recusou, que ela fugiu e que ela deixara pra trás agora vinham num turbilhão de imagens, sons, cores e cheiros na frente do espelho. Tudo que ela sempre odiara estava ali, grudado nela. Então ela reparou...ela havia se tornado tudo que um dia ela odiara.
Ele.
Seus caixos estavam bagunçados, proporcionalmente e intensionalmente. Seus olhos tinham um brilho diferente, uma cor nova, quase cinza e seu sorriso quase nunca saia de seu rosto. Sua roupa era bem cuidada, bem lavada e bem passada, demonstrando o carinho de uma mãe coruja. Ele sempre sorria, ele sempre ria, sempre conversava com todos. Era um rapaz maravilhoso, inteligente, entendendor de cinema e de livros. E nunca fugira de nada, nunca se escondera de nada, ele aprendera com a vida a dar a cara a tapa. Ele agora se olhava no espelho, sorrindo para sí e lembrando dos doces dias de outono, dos claros dias de inverno, dos aconchegantes dias de primavera e dos dias excepcionais de verão. Agora ele percebera, ele se tornara tudo aquilo que mais amava, tudo que mais desejava o construia, o fazia ser ele.
O mundo para ela.
O mundo, ela morria de medo dele. Ele seu maior inimigo, seu maior assassino. Assassino de sonhos, de amores, de desejos e de felicidades. Ele sempre a impossibilitou de tudo, a culpa era do mundo e de quem mais seria? Ele a levava à lugares inabitáveis, sujos e vazios. O mundo era cinza, era marginalizado. Ela aprendera aqui com dificies liçoes, mas ela nunca desistira dele, sempre o enfrentava de cabeça erguida, mas o mundo foi sacana com ela. Lhe jogou num buraco sem fundo, num universo paralelo e dela levou tudo que um dia amara, tudo que um dia sentira. Ela, graças ao mundo, não sentia, não vivia e não respirava. Ela aprendeu, do pior jeito, que com o mundo não se brinca.
O mundo para ele.
Ele era cruel e frio, sim, ele sempre soube que o mundo podia lhe reservar péssimos momentos. Mas ele era mais forte, por isso o mundo nunca o enguliu, por isso ele nunca passou pela apertada garganta do mundo. O mundo adorava brincar com ele, lhe pregando peças, lhe aplicando tormentos e tentando sempre lhe passar a perna num momento de fraqueza para lhe consumir. Mas o rapaz era mais sagaz que o mundo. Ele passava por tudo aquilo com grandes gargalhadas. Nada era impossivel para ele. E isso ele podia provar pra quem fosse, o mundo estava abaixo de seus pés e não sob suas costas.

Mr, Brightside

She lightned her cigarret and took a drag before saying:
"I'm learning how to hate you" - She said looking into my feet.
"You're what?"
"Yeah, learning how to hate you, to make it easy to take you off my life"
"You want me out of your life?"
"No, not in this way, I love you so much but I don't know if all of this are gonna change or if I'll sustand this forever"
"What do you mean?"
"Well, I took your only imperfection and I'm holding myself so tight on it like it's my safety-valve. And with this little thing I'm gonna try to hate you"
"You can't hate me, we're engaged!"
"I know, but this is not what I was planning. It's a nightmare! You could have it so much better, but you ruin it. Your attempts to make me the same as you. I'm me and I do'nt wanna be changed. You fell in love with me like this and now being like this is not enough?"
"I've never said that!"
"You've never said that but you thought and you did it. I wanted so much to be with you forever, I could imagine us..."
"So why don't you do it?"
"Because I'm not enough for you! I'm feeling like I'm wasting your time. This feeling is killing me inside, more than I'm."
"Why you're not looking at my eyes?"
"Because if I do it, I'll fall in love with you, it happens all the time. I can't look to you."
"Why? Because you'll realize that's the most stupid thing you ever thought?
"Yes."