8.11.10

O Limoeiro

(Esse continho escrevi pra aula de redação, na proposta da unicamp sendo "Conflito de Gerações")

Fui morar em São Paulo com meus avós, para estudar na tão sonhada USP. Me tornaria a primeira médica da família. Nos primeiros meses, me acosturmar a cidade foi tão fácil comparado a morar com meus avós.
Sempre fui responsável e muito aplicada, mas dormir depois das dez da noite e sair no final de semana era um absurdo em casa. Depois de quase dois anos, minha avó compreendeu que os jovens de que os jovens de hoje saem a noite e não se casam com 18 anos mais. Apesar das discrepâncias geradas élo tal "conflito de gerações", nos dávamos muito bem, até plantamos um limoeiro no quintal de casa, motivo de orgulho!
Como muitos sabem, são milhões de anos estudando medicina, gosto de chamar meus anos de vidade A.M., D.M., P.M. Que seriam respectivamente "antes da medicina", "durante a medicina" e "pós medicina". No período D.M. conhecí meu atual marido.
Minha avó, raposa velha logo percebeu que havia algo errado comigo. Descartada a hipótese de gripe, só sobrou paixão. Ela veio conversar comigo. A tal "conversa".
Meu avô inconformado, só me deixaria sair a noite, quando ele desse permissão do namoro. E eu, com 23 anos nas costas, trouxe meu pretendente para um jantar embaraçoso seguido pelo pedido de namoro.
Após 2 anos de namoro, nós dois prestes a entrar na residência médica, meu namorado já se acostumara ao nosso namoro "antigo". Nos tornamos noivos nessa época, mas ainda estávamos atrás de um apartamento. Minha avó já sentia minha falta e dizia ela que o limoeiro também.
Nos mudamos, mas todo domingo íamos jantar por lá (segundo meus avós era para o limoeiro não morrer de tristeza). Quando numa noite, onde fomos literalmente anunciar nosso casamento, vovô me puxou para um canto e disse:
"Mas essa saia não está muito curta?"

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